“Hollywood está ficando sem ideias”, disse o diretor de Thor: Ragnarok, Taika Waititi, em uma entrevista de 2018. Na ocasião, o cineasta utilizou essa frase como justificativa para a movimentação da indústria cinematográfica em direção à diversidade. No entanto, essa expressão se encaixa perfeitamente na situação atual.
No início deste ano, em 2023, o ator Dwayne Johnson anunciou, por meio de um vídeo gravado em O’ahu, o progresso da produção de um remake de Moana – Um Mar de Aventuras. Essa animação, na qual o ator interpreta o semideus Maui, foi lançada em 2016, e o remake live-action está programado para 2025.
Diferentemente dos live-actions anteriores produzidos pelos estúdios Disney, Moana tem apenas 7 anos desde o seu lançamento. Levando em consideração a enorme quantidade de remakes lançados pela empresa na última década – como O Rei Leão, Aladdin, A Bela e a Fera e Cinderela -, torna-se difícil não perceber que a Disney está realmente enfrentando escassez de ideias e recentemente fizemos um AnexoCast Falando de Disney só conferir abaixo:
Por que tantos remakes?
A tendência atual de produção de remakes em Hollywood pode ser vista como um sintoma de um problema maior. Neste ano, ocorreu e ainda está acontecendo a greve dos roteiristas, organizada pelo sindicato Writers Guild of America (WGA). Essa greve é resultado da crescente precarização do trabalho dos escritores profissionais responsáveis por diversas produções cinematográficas nos Estados Unidos.
Além disso, os profissionais de efeitos visuais também enfrentam desafios, sendo constantemente encarregados de projetos colossais com prazos irracionalmente curtos e remuneração inadequada. Não é de se surpreender que o CGI (Imagens Geradas por Computador) de obras recentes como Cats e Doutor Estranho no Multiverso da Loucura pareça tão ruim em comparação com filmes como Transformers (2007).
Como outros estúdios de Hollywood, a Disney está enfrentando cortes de custos. Portanto, optar por remakes se tornou o protocolo padrão. Essa estratégia pode ser uma resposta direta às dificuldades enfrentadas pelos roteiristas e profissionais de efeitos visuais.
Então a culpa é da indústria?
Remakes live-action despertam interesse automático. Além disso, o fator nostalgia influencia o público saudosista. A possibilidade de ver a mesma história e personagens em um universo aproximado da nossa realidade gera extrema curiosidade. Não há motivo para investir em um novo universo quando tantas franquias já existentes oferecem melhores chances de sucesso.
A crise causada pela pandemia de Covid-19, juntamente com a saturação e dispersão das plataformas de streaming, deixa a indústria de TV e cinema apreensiva. Sob pressão dos acionistas e do mercado, os executivos da Disney e de Hollywood estão focados em minimizar perdas, reduzir custos e maximizar lucros. Por isso, anúncios de remakes são tão frequentes. Essa estratégia é considerada uma aposta segura.
Então não é possível prever exatamente os rumos da indústria e as ações que serão tomadas no futuro. No entanto, é provável que a criatividade volte a ser valorizada e os estúdios invistam em novos universos. Talvez, no futuro, os espectadores se surpreendam comprando pacotes de viagens para Orlando, visitando a Disney e descobrindo brinquedos temáticos de histórias inéditas. Por enquanto, os live-actions e os super-heróis continuam no topo das preferências do público.
E então gosta de Remakes em Live Action? Diz ai nos comentários
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